quinta-feira, 9 de agosto de 2012

As etapas da dor

Quando a escuridão vem? Quem sabe ou saberá um dia...
Ela chega como o ladrão na noite, devagar, sorrateira, armada com espadas, com cornetas e quer levar nossa alma, tirar tudo que nos sustenta...
Não escolhe dia ou hora, cor, religião, ou situação econômica. Vem destruindo tudo, passando como um trator em cima de conquistas, de alegrias e principalmente, da esperança. Não importa se o bem que temos foi de alto custo, se é importante ou se não podemos ficar sem... ela vem destruindo, tragando, deformando.

A escuridão,

Apaga nossa luz de tal forma que quase a extingue, não deixa forças para respirarmos, para continuar andando. E, por isso, precisamos de um Salvador, para termos a certeza de que mesmo assim há esperança, mesmo perdendo um bem tão precioso, há esperança, há continuidade.
O mundo continua com suas guerras, a noite se põe, o sol nasce, as pessoas levantam, tomam café da manhã, vão trabalhar, se beijam, se abraçam, se destroem, se ajudam, riem, abrem seus comércios... tudo continua... mesmo você estando parado. Porque a dor não vai embora com a noite, nem o dia traz a alegria. O vazio sim fica presente e não deixa nada se aproximar, nem uma fresta de luz para clarear nossa mente.

Essa é a escuridão que traga que condena que destrói que derruba. Mas, o consolo é a luz, a luz que penetra e aos poucos vai iluminando as trevas... é preciso tempo, paciência e amor.

Noticia

As notícias fazem parte do nosso dia... elas podem ser boas ou más, podem ser passageiras ou podem ecoar em nossa mente por anos...
Notícias de guerra, notícias de paz, surpresa do ataque, alívio das dores; noticias de nascimento, noticias de morte e a sensação de irrealidade. NÃO, gritamos em alta voz de corpo e alma. NÃO, não queremos perder, perder não faz parte da nossa natureza. Queremos ter todos que amamos para sempre, perto, amando ou brigando, dando trabalho ou não. Pessoas especiais que fazem parte de tudo que somos, que construíram o ser que nos tornamos.
Pessoas especiais que, mesmo com defeitos, são insubstituíveis.

Realidade

Mas quem pode apagar a realidade daquele saco preto, daquele cômodo frio e impessoal? Quem poderia dizer que tanto amor caberia em uma caixa ornamentada de madeira?
De repente tudo acaba, a distância temporária dá a ilusão de sonho, mas quando a caixa ornamentada chega... a realidade do finito chega junto com ela. Percebe-se quanto finitos somos neste mundo. Nem todo amor e admiração podem acrescentar um ano a mais...nem mesmo a persistência ou a vontade pode mudar o que já foi estabelecido.

O Adeus

Como se diz adeus ao amor? Quem pode se acostumar com o bem distante? Com a presença inexistente? Onde está o riso, as piadas, a teimosia, a ansiedade, a bondade, a alegria, a conformidade, os conselhos?
Não dá para dizer adeus de bom grado, no máximo um reconhecimento do inevitável, no máximo um até logo até que estejamos juntos novamente.
E de repente tudo acaba.

Tudo acaba

Tudo

Tudo

Tudo



Fato

Tudo deve continuar até mesmo a dor, mesmo que por certo tempo.
Volta-se ao normal, um normal diferente, agora devemos nos acostumar ao vazio, a se contentar com o que não temos mais...

Seja forte, é assim mesmo, você precisa suportar, aguente firme, seja exemplo, não faça assim, não seja dessa maneira... Todos tem uma receita, mas ninguém o remédio.



Por: Cida
Ao presente que Deus me deu...meu pai...



"Preserve os direitos autorais".

domingo, 3 de junho de 2012

EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI NO BRASIL - A CAMINHO DO CAOS...



RESPOSTA À REVISTA VEJA


Abaixo estou enviando uma cópia da carta escrita por uma professora que trabalha no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja. Peço por favor que repasse a todos que conhece, vale a pena ler.

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador. Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.

Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras.

Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola. Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou, o que é ainda pior, envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.


Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.
Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores?
E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência.

Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.

E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;
Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.

Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar.. Mas, ainda não é tão grave.

Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.
Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.

E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade..

Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo

Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!
Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO.
Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

Vamos fazer uma corrente via internet, repasse a todos os seus! Grata
Vamos começar uma corrente nacional que pelo menos dê aos professores respaldo legal quando um aluno o xinga, o agride... chega de ECA que não resolve nada, chega de Conselho Tutelar que só vai a favor da criança e adolescente (capazes às vezes de matar, roubar e coisas piores), chega de salário baixo, todas as profissões e pessoas passam por professores, deve ser a carreira mais bem paga do país, afinal os deputados que ganham 67% de aumento tiveram professores, até mesmo os "alfabetizados funcionais".

Pelo amor de Deus somos uma classe com força!!! Somos politizados, somos cultos, não precisamos fechar escolas, fazer greves, vamos apresentar um projeto de Lei que nos ampare e valorize a profissão..

Vanessa Storrer - professora da rede Municipal de Curitiba!
Mesmo quem não atua como docente, um dia passou por uma escola e tornou-se o que você é hoje! COLABORE E ENVIE PARA SEUS AMIGOS(AS).




Luzia Joana
Repórter
Jornal da Paraíba
2106-1827 / 8833-6978

terça-feira, 26 de julho de 2011

EDUCAÇÃO NO BRASIL

Ser professor

Existe uma distância enorme do professor que está em processo de formação em um curso de Letras e do professor "em formação" na sala de aula.
A sala de aula ensina tanto quanto a grade acadêmica. É interativo, assustador, frustrante e irremediavelmente apaixonante... Há épocas em que esse amor é platônico, possessivo e autoritário e passa por diversas fases até chegar na crise dos "7" anos (pode acontecer antes!).
O magistério deve ser um caso de amor mesmo! Pois é preciso se entregar, acreditar, lutar, saber ouvir e saber falar. É doar-se em tempo além da carga horária.
Às vezes dá vontade de pedir "divórcio" mas as crianças, ah as crianças... elas roubam sua paz e seu sono (até mesmo sua sanidade), e levam também seu carinho, sua preocupação e seu amor.
Creio ser mais que uma profissão! É uma missão. O professor é o oleiro que molda seu aluno para a vida, co-participante com os pais na formação de cidadãos capazes e responsáveis, atuante no processo de amadurecimento.
Esse "ser" é assim. Abre os olhos - do aluno para ver o mundo - e os seus para enxergar além de si mesmo.
Estende uma mão pedindo socorro diante das dificuldades enfrentadas no dia a dia ao mesmo tempo em que a outra tenta segurar na mão do aluno.
É difícil ser qualquer coisa... mais difícil ainda permanecer o que se escolheu...



Por: Profª Cida

*Preserve os direitos autorais. Ao copiar, inclua o nome do autor do texto.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

EDUCAÇÃO: Problema ou Solução?

Saúde na Educação

O Governo do Estado de São Paulo anunciou, através da mídia, o lançamento do programa “SP Educação com Saúde”, que visa, segundo o próprio Governo, “diminuir os gastos com licenças na Educação”. O Governo estima que 140 mil servidores da Educação estejam afastados por problemas de saúde, gerando um gasto de R$ 235 milhões ao ano.
Há muito tempo a APEOESP denuncia o adoecimento dos professores e demais profissionais da Educação e cobra providências do Estado. Pelo menos duas pesquisas que realizamos (em 2003 e em 2010) mostram que as principais doenças que acometem os professores são o estresse (e consequentes problemas psicológicos), problemas da voz, LER e tendinites. Tais doenças se originam de diversas causas, que vão do contínuo processo de desvalorização da profissão e passam sobretudo, por péssimas condições de trabalho, superlotação das salas de aula, jornadas de trabalho extenuantes e, até mesmo, a arquitetura das escolas e a inadequação de muitos de seus equipamentos.
texto parcialmente extraído do site da APEOESP.

Qual a sua opinião e/ou sugestão?

Por: Cida

Horas Culturais

Queridos,

Em muitas faculdades as Horas Culturais fazem parte do componente curricular.
Eis algumas dicas de como fazer um relatório de HCC.


* Este foi meu primeiro relatório de hc em caráter experimental (1º semestre). Vocês sentirão a diferença da escrita nas próximas postagens, aguardem!


Evento: 20ª edição da Bienal do Livro de São Paulo.
Local: PARQUE DO ANHEMBI - Av. Olavo Fontoura, 1209 - Santana - São Paulo - SP
Duração: 11 dias
Programação: 684 horas de atividades e mais de 2 milhões de livros à venda



 Fonte imagem: poesia-potiguar.blogspot.com



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Visita a 20ª Bienal Internacional do Livro 
de São Paulo em 24/08/2008




Frustração!
Foi o que senti quando cheguei da Bienal.
Não porque não tenha gostado... Ao contrário, por nunca ter ido antes. E essa foi a 20ª! Gostaria de achar um culpado para minha ignorância cultural, mas acho que o pior vilão sou eu mesma.
Por mais que não tivesse professores que me incentivassem a ler – nos extintos ginásio e colegial  – ou o fato de que em minha casa, embora tenha muitos irmãos, somente um é graduado, ou até mesmo por meus pais saberem escrever somente algumas palavras em seu semi-analfabetismo... Tudo isso poderia servir de fatores relevantes ou agravantes, mas a escolha, o interesse é sempre nosso!
Contudo, não é muito tarde ainda. O interessante do ser humano é essa renovação que se pode buscar em qualquer época da vida.
E isso me deu alento, agora estou inserida definitivamente no mundo da leitura. É fascinante! Tantos assuntos, tanto conhecimento, tanta informação disponível.
Em uma primeira olhada fiquei espantada pelo tamanho – teria que andar muito – depois um misto de surpresa e ansiedade.
Surpresa porque não imaginava que havia tamanha quantidade de editoras, já que no Brasil não se tem muito incentivo à leitura, pelo menos para a grande maioria, e o capitalismo precisa de “números”.
Uma surpresa agradável foi ver aquela imensidão de pessoas de todas as idades e condições sociais indo e vindo, descobrindo junto a seus avôs, netos, mães, filhos, amigos, namorados, o maravilhoso mundo das letras.
Tive que respirar fundo para não deixar a ansiedade tomar conta de mim, queria ver tudo - rápido. Mas os livros não são como vitrines de roupas onde se passa e dá rápida olhada e já vai para a próxima, eles requerem atenção. Eu os comparo àqueles doces de padaria, você olha todo aquele colorido e ornamentações e pensa “deve ser uma delícia”, quando o pega em suas mãos sente o cheiro, e só então vem a degustação. No caso do livro você olha a capa e o interesse captado pelos olhos passa para as mãos – e sempre dá aquela vontade de ler algum trechinho...
Prosseguindo em meu passeio cultural, em meio a tropeços e esbarrões, meus ouvidos foram agraciados com declamações de poemas e contos de vários escritores como Mário Quintana.
Meus pés já não agüentavam, mas meus olhos incansáveis procuravam mais títulos, mais autores, descobriam assuntos interessantes e de stand em stand ia crescendo mais o desejo de ler. Por fim meus pés venceram, mas não em detrimento do conhecimento, pois no caminho em vez de uma “pedra” tinha o projeto da empresa Volkswagen sobre poesia de cordel. E enquanto descansava (sentada!) ouvia as rimas e a criatividade do poeta interagindo com sua eclética  platéia.
Cinco horas depois meu corpo estava destruído e minha mente extasiada! Comprei 11 livros, alguns sugeridos pelos professores nas aulas da faculdade. Concluí minha visita com um gosto de quero mais assim como quando terminamos o doce, e mal posso esperar pela próxima viagem ao inusitado mundo dos sentimentos e da mente humana impresso em letras.

Por: Cida



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O PAPEL DA MULHER NO ROMANCE DE JANE AUSTEN

Minha Monografia:

No que se refere à Jane Austen, tem-se a realidade transportada para a ficção. Esta, por sua vez, traz o panorama da vida e expectativas vivenciadas pela maioria das mulheres do começo do século XIX. A sociedade inglesa deste período, nos mostra os costumes e convenções que regiam as comunidades apresentadas por Austen.         
Logo, seus romances retratam o costume inserido nas festas, relações familiares e sociais e nos relacionamentos, regulando e condicionando. Sua capacidade de interpretar a realidade da qual fazia parte era fruto não só de conhecimento adquirido mas, de observação do outro e entendimento das engrenagens sociais.
Jane Austen, usando uma sutil e irresistível ironia, faz um esboço da mulher na sociedade pré-vitoriana, suas aspirações e limitações. Descreve as sanções e impedimentos sofridos pelo fato de ser mulher como testemunha ocular, visto que, “não era considerado apropriado para uma jovem dama da classe de Jane Austen escrever e ganhar dinheiro com isso. Portanto, colocar ‘por uma dama’ era uma coisa mais decorosa” (RAY, JOAN K. Professora de Literatura Inglesa da Universidade do Colorado).
Em muitas análises, as influências de outros escritores e de acontecimentos históricos no autor estudado, são apontadas na composição de suas personagens e de sua escrita, porém, Austen não passa – pelo menos explicitamente - essa visão em suas obras.
Entretanto, deve-se atentar ao painel histórico da época. A transição situada entre final do século XVIII e início do XIX e mudanças significativas decorrentes de transformações no campo tecnológico, processo produtivo acelerado em consequência da Revolução Industrial, avanços científicos e importantes contribuições de pensadores da Era da Razão - trazendo em suas literaturas, a dinâmica e a crítica da vida e do mundo em que viviam - promoveram novos níveis sociais e econômicos e o acesso à cultura de massa inaugurando assim, um novo limiar literário e social.

Palavras-Chave: Jane Austen; Romantismo; literatura; sociedade do século XIX; romance.

Cida