Fonte imagem: poesia-potiguar.blogspot.com
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Visita a 20ª Bienal Internacional do Livro
de São Paulo em 24/08/2008
Frustração! Foi o que senti quando cheguei da Bienal. Não porque não tenha gostado... Ao contrário, por nunca ter ido antes. E essa foi a 20ª! Gostaria de achar um culpado para minha ignorância cultural, mas acho que o pior vilão sou eu mesma. Por mais que não tivesse professores que me incentivassem a ler – nos extintos ginásio e colegial – ou o fato de que em minha casa, embora tenha muitos irmãos, somente um é graduado, ou até mesmo por meus pais saberem escrever somente algumas palavras em seu semi-analfabetismo... Tudo isso poderia servir de fatores relevantes ou agravantes, mas a escolha, o interesse é sempre nosso! Contudo, não é muito tarde ainda. O interessante do ser humano é essa renovação que se pode buscar em qualquer época da vida. E isso me deu alento, agora estou inserida definitivamente no mundo da leitura. É fascinante! Tantos assuntos, tanto conhecimento, tanta informação disponível. Em uma primeira olhada fiquei espantada pelo tamanho – teria que andar muito – depois um misto de surpresa e ansiedade. Surpresa porque não imaginava que havia tamanha quantidade de editoras, já que no Brasil não se tem muito incentivo à leitura, pelo menos para a grande maioria, e o capitalismo precisa de “números”. Uma surpresa agradável foi ver aquela imensidão de pessoas de todas as idades e condições sociais indo e vindo, descobrindo junto a seus avôs, netos, mães, filhos, amigos, namorados, o maravilhoso mundo das letras. Tive que respirar fundo para não deixar a ansiedade tomar conta de mim, queria ver tudo - rápido. Mas os livros não são como vitrines de roupas onde se passa e dá rápida olhada e já vai para a próxima, eles requerem atenção. Eu os comparo àqueles doces de padaria, você olha todo aquele colorido e ornamentações e pensa “deve ser uma delícia”, quando o pega em suas mãos sente o cheiro, e só então vem a degustação. No caso do livro você olha a capa e o interesse captado pelos olhos passa para as mãos – e sempre dá aquela vontade de ler algum trechinho... Prosseguindo em meu passeio cultural, em meio a tropeços e esbarrões, meus ouvidos foram agraciados com declamações de poemas e contos de vários escritores como Mário Quintana. Meus pés já não agüentavam, mas meus olhos incansáveis procuravam mais títulos, mais autores, descobriam assuntos interessantes e de stand em stand ia crescendo mais o desejo de ler. Por fim meus pés venceram, mas não em detrimento do conhecimento, pois no caminho em vez de uma “pedra” tinha o projeto da empresa Volkswagen sobre poesia de cordel. E enquanto descansava (sentada!) ouvia as rimas e a criatividade do poeta interagindo com sua eclética platéia. Cinco horas depois meu corpo estava destruído e minha mente extasiada! Comprei 11 livros, alguns sugeridos pelos professores nas aulas da faculdade. Concluí minha visita com um gosto de quero mais assim como quando terminamos o doce, e mal posso esperar pela próxima viagem ao inusitado mundo dos sentimentos e da mente humana impresso em letras. |