_ Boa tarde nobre senhor! O senhor poderia me fazer um obséquio?
_ Ói, eu num sei fazê isso não sinhô! – responde o caipira.
O “doutor”, achando graça da simplicidade do caipira aproveita para usar e abusar de seu vocabulário erudito...
_ Caro amigo, tão somente peço que me faça uma afabilidade, um favor.
_ Ah! Sendo assim posso sim sinhô. Podi fala.
_ Incauto senhor, sou um grande empresário e é imprescindível que eu chegue logo na cidade para que meus negócios não sejam lesados, ao contrário, que sejam sancionados; porém, meu GPS está danificado e não tenho uma noção precisa da direção a que devo me dirigir...
_ E tudo isso aí é grave dotô? – diz o caipira que não estava entendendo nada do que o homem estava falando.
_ Como assim grave?!
_ Esse negocio de cauto, gps e cindível.
_ Ora quanta ignorância! Caro senhor, quero apenas saber em que direção fica a cidade!
_ Ara, e era só issu? È facin, facin... o dotô segue toda vida nessa estrada até chegá num descampado que tem um pé de Ipê-amarelo bunito qui só, então vira a direita anda mais dois quilometro, faiz o retorno a sua esquerda e entra a terceira a direita, daí uns 10 minutin chega na cidade.
_ Obrigada meu caro vetusto.
O empresário resmunga enquanto entra no carro: “velho mais ignorante”...
Com ouvido apurado pela necessidade, o caipira grita ao longe: “É mais eu sei onde estou”! – e sai resmungando também que “vetusto” é a mãe dele... seja lá o que isso quer dizer.
Por: Cida
Querida amiga, quanta saudade!!! Não só de você, como também de sua erudição. Hoje usei (mesmo sem pedir licença) esse seu texto em uma aula que dei. E é claro, lembrei-me de você...
ResponderExcluirMuitos beijos, da sua amiga e fã,
Vanessa Aragon